terça-feira, 30 de abril de 2013

DAQUILO QUE NUNCA MAIS QUERO PRA MINHA VIDA

EM CARNE VIVA
 
Um punhado de terra, uma estrada de tijolos amarelos,o 16 de dezembro de 2005, um livro do Garcia Márquez , o primeiro beijo no Dogão, um coração ainda pulsando, uma camiseta verde da Brooksfield, potes de sonhos e sorrisos,um Natal tranqüilo, aquele amasso no dia 25 de dezembro de 2005 na casa dela, a família, um KA prata, o “pai” e a “Su”, sanduíches com ricota e peito de peru do Açaí Zen,um coquetel com doses harmoniosas de paciência, o acarajé no shopping, o “nosso” carnaval em cinzas,um vinho tinto e um litro de uísque, o retorno de viagem: “matando as saudades”, inúmeros telefonemas, a química perfeita, incontáveis mensagens do celular,a pimenta do Lino que o “pai” adora, “o pai” ensinando a “Su” a comer sushi na Confraria Uchôa,decepção e lágrimas em pó, pilhas e mais pilhas de poemas e crônicas, o peixe grelhado do Lau, traições e o “golpe da barriga”, diversos e-mails, finais e recomeços do relacionamento, o amor, o perdão, conversas no MSN,noites  de amor no Afrodite, atravessar a Campos Sales na contra-mão,batatas recheadas , telefonemas de bom dia,  containers de saudades,procurar peças do carro dele na zona sul, um Palio vermelho,o filé do Casagrande,parar pra abastecer o carro, café com leite e beiju com manteiga Itacolomy,mágoas em carne viva, a decisão egoísta e unilateral dele, o abandono, o silêncio.....
 
Ela colocou tudo numa caixa de madeira e enterrou numa vala funda da Terra do Nunca Mais. Da janela, o verão soprava uma chuva fina....

sexta-feira, 26 de abril de 2013

O SEGREDO DE ALICE


Alice respirou fundo, suspirou. Não imaginava que após tantos anos aquele sentimento permanecia intacto, guardado em alguma gaveta da alma. Seria verdade?! Como alguém feito ela, tão sensível, tão suscetível às emoções não percebeu tamanho descuido?
“Deixa pra lá”, falou alto com medo de enganar-se novamente.....mas Jorge apertou a tecla start,pensou ela ao atravessar a rua,que passava bem perto da casa dele.
Quando chegou em casa, trancou-se no quarto e ficou a dedilhar seus pensamentos,um por um. O encontro com Jorge havia deixado uma porta entreaberta para a retomada de tantos momentos. Ontem, naquele café próximo à universidade, quem poderia imaginar que Jorge estaria ali, sentado tomando um capuccino e quando a viu passar não pensou duas vezes.
“Alice!!!!” Ela parou,olhou para trás e reencontrou aquele sorriso que só ele tinha. Quando chegou próximo a Jorge recebeu o abraço que a fazia sentir-se em casa. Conversaram divinamente por duas horas e o livro dele em cima da mesa foi testemunha da beleza daquele reencontro.
Amar é estar em casa, em sentir o outro como ele é, é partilhar, cuidar....enfim, amar é. E Alice havia descoberto que seu amor por Jorge nunca havia morrido, mesmo depois de tantos relacionamentos que ela teve após o deles.
Passou horas pensando, trocando confidências consigo mesma, chorou de emoção, prometeu segredo, não queria criar expectativas infantis e quando se deu conta, o relógio batia 04h00. Desligou o abajour e pensou, será que Jorge ainda pensa em mim?

By Suzana Prado

sexta-feira, 12 de abril de 2013

DO QUE TENHO VIVIDO
1 – Meu foco, minha visão de mundo mudou a partir do momento que conheci a Doutrina Espírita, que não é só um credo, mas uma forma de ter outro olhar para a VIDA.
2 – Aprendi a pedir perdão e a perdoar. Aprendi que o silêncio cura e é uma linguagem poderosa para determinadas situações.
3 – Aprendi o poder da humildade, da caridade, da solidariedade. É fazer o BEM sem olhar a quem, ditado popular, mas correto diante do mundo atual em que vivemos.
4 – Senti toda a força do AMOR, em suas mais diversas formas. Passei a dar mais valor ao mais simples, passei a pensar menos no TER e buscar uma melhoria do SER.Hoje eu não preciso ter uma Ferrari pra ser feliz. Para isso, eu preciso só de mim e da fé que trago na alma.
5 –Confesso e admito todas as minhas imperfeições. Mas o que seria a beleza do ser humano sem suas virtudes e defeitos? Seria uma chatice.... Viver é um reencontro constante conosco e com os outros.
6 – Descobri que posso viver sem o Jornalismo, que posso exercer outras profissões. Existem janelas, caminhos, tudo depende das nossas escolhas.
7 – Entendi que para amar o outro tenho que amar primeiro a mim e aos meus. E que descoberta linda...Hoje tenho vários jardins dentro de mim e em minha casa.
8 – Pedi demissão de mim mesma e estou reinventando uma outra pessoa, uma mulher mais segura, mais otimista, menos rancorosa, menos medrosa e que sempre, sempre, joga limpo.
9 – Conheço e reconheço quem me faz mal, rezo por essas pessoas todos os dias. Mas não é querendo ser “boazinha” não!! É para que elas sejam felizes, conquistem a misericórdia de Deus e passem a praticar o BEM.
10 – Mudei meus conceitos,organizei as gavetas da alma sem perder a emoção e a sensibilidade. Agora, é respirar fundo, abrir os braços e dizer pra mim mesma: ESTOU PRONTA PRA VIDA!!

By Suzana Prado

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Amor Primeiro
para June Prado
O quarto uma bagunça geral, livros em todos os lugares ( ainda bem...), roupas espalhadas pela cama, cadeira, chão, estante. Só dorme com a luz acesa e ouvindo música. Às vezes, com a led ligada também. Não arruma a cama quando acorda, mas já dei infinitas aulas dessa “disciplina”.
Só faz tudo de última hora, os banhos duram duas horas. Detalhe: com chuveiro quente!! Quando chega da escola, tira o tênis e anda descalça, no seu cotidiano odeia chinelos. Quanto ao horário de ir pro colégio, é stress geral, uma correria que arrepia quem a vê assim. É teimosa, exclusivista, tem Síndrome de Filho Único ( nem sei se existe ,mas com ela isso funciona ).É chata quando o assunto é alimentação: odeia milho, ervilha,passas, não gosta de peixe, nem de frutos do mar.Mas uma coisa ela acertou: nunca tomou refrigerantes, só consome sucos, graças a Deus!
É, essa descrição cheia de imperfeições é da June Prado, uma “aborrescente” de 13 anos que encanta minha vida todos os dias. As virtudes existem, mas quero evitar ser piegas quando falo de quem amo( amo mais que a mim...)
Serena, tranqüila ,estudiosa,cooperativa, inteligente,criativa, excelente poder de argumentação, escreve pra caramba e desenha à mão livre como poucos que conheço.São algumas das suas virtudes. A literatura é sua companheira e amiga, coisas de DNA da mãe e do pai. Mas a arte de desenhar é seu alimento diário. Ama tecnologia,infinitas vezes me ensina a mexer no celular ou no meu próprio netbook. Geração Y na veia, mas está em dúvida em ser Designer de Moda ou Profissional de TI.
June tem uma beleza diferente, é mignon, branquinha com cabelos castanhos longos e cacheados. Os olhos são amendoados e os cílios longos. O nariz é arrebitado e o sorriso é aconchegante...
Em muitas das DRs que temos....é , de vez em quando conversamos sobre a nossa relação de mãe e filha. Nesses momentos, nos descobrimos, descortinamos mágoas, rimos, choramos, nos perdoamos. Sempre a aconselho, a oriento, tento educá-la pelo caminho do bem, da humildade, da constante busca de entendimento entre as pessoas.
E quando chegar o momento dela arrumar a mochila e sentir as cores e os sabores do mundo, vou apoiá-la em qualquer caminho que trilhe. Estarei sempre acolhendo minha June em suas escolhas, mesmo naquelas em que discordar dela. Sempre estarei aqui, vou sentir uma saudade daquelas, mas de longe vou torcer pelo seu crescimento espiritual ,pessoal e profissional. Ai June vai me contar,do seu jeito, o que sentiu e viveu. E vamos sorrir e chorar, tudo ao mesmo tempo.

By Suzana Prado

terça-feira, 2 de abril de 2013

A VIAGEM
Eu aqui,
A espiar-te de longe
Você além do Atlântico
Queria voltar o tempo......
Sentir teus sorrisos
Abraçar teus abraços
Estar em casa,outra vez.
Lá no passado,fomos amor.
Baú que remexo e não me espanto
Acato,recebo,devolvo-te.
Hoje,somos amizade.
Duas retas paralelas
Que sempre irão cruzar-se.....

By Suzana Prado