Quando o servidor público e economista, Sérgio Carvalho, pega numa máquina fotográfica, o seu olhar se amplia,se ilumina e nos revela que a densidade da fotografia pode ser rasa no sentido de delicada,leve,natural, transparente. E profunda quando nos mostra imagens rudes,verdadeiras,cotidianas, absolutamente humanas em sua essência.
Sempre em busca do documental, mas sem perder a doçura, Sérgio Carvalho já está no terceiro livro, Barbearia do Tempo, onde o seu olhar crítico relata a vida dos barbeiros da Feira de São Bento,em Cascavel, no Ceará. Piauiense radicado no Ceará há vários anos, Sérgio é amigo dos tempos do Diocesano e toda vez que chego em Fortaleza, a amizade se fortalece e sempre encontro ele e sua família,onde sou recebida com todo amor e atenção.
Primeiro foi o documentário Gente do Delta,onde retrata a vida dos pescadores e suas famílias. Gente do Delta é comovente porque sua fotografia fala,salta aos olhos,surpreende,alerta,encanta. A publicação rendeu o Prêmio Chico Albuquerque de Fotografia do Ceará em 2005. O segundo foi o livro Retrato Escravo,onde em parceria com o fotógrafo João Roberto Ripper, Sérgio relata a vida de milhares de trabalhadores brasileiros que vivem em regime de escravidão,perderam seus sonhos e sua identidade. A publicação teve o apoio da OIT e da Vale do Rio Doce. O trabalho ficou tão bom que foi indicado como um dos melhores livros de 2010 pelo International Photobook Festival 2011 ( Kassel, Alemanha ).
Sérgio e a família estão em terras piauienses, mais precisamente em Simpliício Mendes,sul do Estado. Ele quer que seus filhos sintam o cheiro do Piauí, pisem o mesmo chão que ele e seu irmão pisaram e percebam o valor da simplicidade das pessoas e dos sentimentos, disso é feita a vida. Mas agora partilho com vocês aquela máxima que diz que as imagens falam mais que palavras.
* Essa última foto é de João Roberto Ripper.
