sexta-feira, 22 de março de 2013

SOBRE PALAVRAS E SILÊNCIOS


O pó das palavras ainda em minhas vísceras. É...sou uterina quando escrevo, liquidamente mulher,homem,criança,jovem,idoso....liquidamente, gente. Ai você me pergunta: porque ser líquida? Te respondo na hora, porque ao escrever não tenho forma,nem hora, nem dia, nem preconceitos, nem religiões,muitas vezes sou infinitas pessoas em uma só.
Hoje sei o que sou, apenas uma jornalista que brinca e vive de “poemar e cronicar” por ai, levando suas impressões e sentimentos. “Poemar e cronicar”, neologismos, palavras criadas, liberdade de expressão que tempera meus dias. Poemas que me chegam de madrugada, acordam-me num açoite sereno. Às vezes, ficam dias remoendo-me os sentidos, até estarem prontos. Prontos? Um poema NUNCA está pronto porque as palavras, emoções e sensações nunca nos chegam prontos. É preciso azeitar essa relação entre o que se sente e o que a alma permite expressar. São necessárias muitas,mas muitas sessões de terapia para sentir a luz de uma crônica e/ou poema. Ou a sua escuridão....
Por isso, é que a palavra é apaixonante. Lavra nosso dia-a-dia, tece inúmeras cortinas que nos mostram ou cobrem sentimentos, planta e colhe tudo o que a vida nos oferta. A palavra tem força, milagreira em umas horas e fúnebre em outras, mas está sempre ali em nossa língua, na mente e nas mãos para ser posta à mesa de quem desejamos o bem e/ou o mal.
Ao ser força, a palavra é simplesmente o que é dito, expressado. Ao ser silêncio, a palavra não emudece, contrariando a todos, o simples fato de estar calado já nos diz muitas coisas: medo, fortaleza, pensar-se, analisar-se ou desestruturar emocionalmente o outro. Enquanto há silêncio, há uma linguagem, há uma mensagem, há uma resposta, afinal o silêncio GRITA, portanto, ele FALA. Muitas vezes, a “energia” do silêncio é a “palavra” que faltava para muitas respostas dentro de nós mesmos e em relação ao outro.
Bom, vou ficando por aqui....Pensem nisso com carinho!!

By Suzana Prado