sábado, 21 de agosto de 2010

O ALCORÃO E O AMOR

O AMOR


Quando o amor o chamar,

Se guie.

Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados

E quando ele vos envolver com suas asas

Cedei-lhe

Embora a espada oculta na sua plumagem possa feri-vos

E quando ele vos falar

Acreditai nele

Embora a sua voz possa devastar vossos sonhos como o vento devasta o jardim

Pois da mesma forma que o amor vos coroa, assim ele vos crucifica.

E da mesma forma que contribui para o vosso crescimento,

Trabalha para vossa poda.

E da mesma forma que alcança vossa altura e acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol

Assim também desce até vossas raízes e as sacode no seu apego à terra

Como feixes de trigo ele vos aperta junto ao seu coração

Ele vos debulha para expor a vossa nudez

Ele vos peneira para libertá-los das palhas

Ele vos mói até extrema brancura

Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis

Então ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma no pão místico do banquete divino

Todas essas coisas o amor operará em vós para que conheçais os segredos de vossos corações

E com esse conhecimento vos convertais no pão místico do banquete divino

Todavia, se no vosso temor procurardes somente a paz do amor, o gozo do amor,então seria melhor para vós, que cobrísseis vossa nudez, abandonásseis a ira do amor.

Para entrar num mundo sem estações onde rireis, mas não todos os vossos risos.

E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.

O amor nada dá, senão de si próprio.

E nada recebe, senão de si próprio.

O amor não possui, nem se deixa possuir.

Pois o amor basta-se a si mesmo

Quando um de vós ama, que não diga “Deus está no meu coração”

Mas que diga antes, “eu estou no coração de Deus”

E não imagineis que possais dirigir o curso do amor, pois o amor se vos achar dignos, determinará ele próprio vosso curso.

O amor não tem outro desejo se não o de atingir a sua plenitude

Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos

Sejam estes os vossos desejos

De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho que canta sua melodia para a noite.

De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada.

De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor

E de sangrardes de boa vontade e com alegria

De acordardes na aurora com o coração alado e agradecerdes por um novo dia de amor.

De descansardes ao meio-dia e meditardes sobre o êxtase do amor

De voltardes para casa à noite com gratidão

E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem amado.

E nos lábios uma canção de bem-aventurança.


Esse é um dos textos mais lindos do Alcorão sobre aquilo que todos buscamos: o amor. Amor que não é só pele, que não é só carne, que não é só sexo, química, mas o amor que é construído e reconstruído diariamente, e que pra chegar a ser Amor é preciso convivência, cuidados,paciência e, principalmente, esperança por dias amenos, felicidade realista e paz.

By Suzana Prado - Ago/2010