EM CARNE VIVA
Um punhado de terra, uma estrada de tijolos amarelos,o 16 de dezembro de 2005, um livro do Garcia Márquez , o primeiro beijo no Dogão, um coração ainda pulsando, uma camiseta verde da Brooksfield, potes de sonhos e sorrisos,um Natal tranqüilo, aquele amasso no dia 25 de dezembro de 2005 na casa dela, a família, um KA prata, o “pai” e a “Su”, sanduíches com ricota e peito de peru do Açaí Zen,um coquetel com doses harmoniosas de paciência, o acarajé no shopping, o “nosso” carnaval em cinzas,um vinho tinto e um litro de uísque, o retorno de viagem: “matando as saudades”, inúmeros telefonemas, a química perfeita, incontáveis mensagens do celular,a pimenta do Lino que o “pai” adora, “o pai” ensinando a “Su” a comer sushi na Confraria Uchôa,decepção e lágrimas em pó, pilhas e mais pilhas de poemas e crônicas, o peixe grelhado do Lau, traições e o “golpe da barriga”, diversos e-mails, finais e recomeços do relacionamento, o amor, o perdão, conversas no MSN,noites de amor no Afrodite, atravessar a Campos Sales na contra-mão,batatas recheadas , telefonemas de bom dia, containers de saudades,procurar peças do carro dele na zona sul, um Palio vermelho,o filé do Casagrande,parar pra abastecer o carro, café com leite e beiju com manteiga Itacolomy,mágoas em carne viva, a decisão egoísta e unilateral dele, o abandono, o silêncio.....
Ela colocou tudo numa caixa de madeira e enterrou numa vala funda da Terra do Nunca Mais. Da janela, o verão soprava uma chuva fina....